Os esteroides anabolizantes sintéticos são substâncias derivadas do principal hormônio masculino, a testosterona. A testosterona produzida pelos testículos é responsável pela libido, alterações de voz na adolescência, desenvolvimento do sistema osteoarticular, crescimento de pelos, entre outros.

No indivíduo sadio a produção de testosterona é regulada através de mecanismos fisiológicos que envolvem o testículo e o sistema nervoso central de maneira a garantir níveis adequados do hormônio para o bom funcionamento do organismo.

A fim de aumentar o rendimento esportivo ou até mesmo estético, muitos homens e mulheres passaram a utilizá-los desde o surgimento da substância sintética no mercado farmacêutico. O uso indevido da substância tem se mostrado mais comum entre os jovens, principalmente entre os homens, com doses exageradas e curtos intervalos de tempo, também conhecidos como os “ciclos”. E é nessa sobrecarga que estão os riscos dos efeitos dos anabolizantes.

Entre os efeitos colaterais desse uso indevido estão o infarto, AVC, aumento de glóbulos vermelhos no sangue, apneia do sono e riscos urológicos que incluem infertilidade, disfunção erétil, alterações na próstata e diminuição dos testículos.

Com o uso inadequado em excesso de hormônios anabolizantes, o organismo pode entender que não precisa mais produzir testosterona (bloqueio do eixo) e a recuperação após cessar o uso da substância também leva a efeitos indesejáveis no organismo pela falta de hormônio circulante.

Apesar dos efeitos geralmente serem transitórios (6 a 18 meses), também podem durar anos ou até mesmo se tornar irreversíveis.

É importante salientar que existem condições clínicas como a DAEM (Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino), que necessitam de tratamento com reposição hormonal. No entanto essa avaliação deve ser feita por profissional capacitado e a indicação da melhor forma de reposição hormonal deve ser avaliada individualmente

Dr. Thiago Seiji Carvalho da Silveira
CRM 126579 | RQE 66875

Fonte:
https://portaldaurologia.org.br/publico/dicas/riscos-urologicos-do-uso-de-anabolizantes/