Anabolizantes x Riscos Urológicos

Os esteroides anabolizantes sintéticos são substâncias derivadas do principal hormônio masculino, a testosterona. A testosterona produzida pelos testículos é responsável pela libido, alterações de voz na adolescência, desenvolvimento do sistema osteoarticular, crescimento de pelos, entre outros.

No indivíduo sadio a produção de testosterona é regulada através de mecanismos fisiológicos que envolvem o testículo e o sistema nervoso central de maneira a garantir níveis adequados do hormônio para o bom funcionamento do organismo.

A fim de aumentar o rendimento esportivo ou até mesmo estético, muitos homens e mulheres passaram a utilizá-los desde o surgimento da substância sintética no mercado farmacêutico. O uso indevido da substância tem se mostrado mais comum entre os jovens, principalmente entre os homens, com doses exageradas e curtos intervalos de tempo, também conhecidos como os “ciclos”. E é nessa sobrecarga que estão os riscos dos efeitos dos anabolizantes.

Entre os efeitos colaterais desse uso indevido estão o infarto, AVC, aumento de glóbulos vermelhos no sangue, apneia do sono e riscos urológicos que incluem infertilidade, disfunção erétil, alterações na próstata e diminuição dos testículos.

Com o uso inadequado em excesso de hormônios anabolizantes, o organismo pode entender que não precisa mais produzir testosterona (bloqueio do eixo) e a recuperação após cessar o uso da substância também leva a efeitos indesejáveis no organismo pela falta de hormônio circulante.

Apesar dos efeitos geralmente serem transitórios (6 a 18 meses), também podem durar anos ou até mesmo se tornar irreversíveis.

É importante salientar que existem condições clínicas como a DAEM (Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino), que necessitam de tratamento com reposição hormonal. No entanto essa avaliação deve ser feita por profissional capacitado e a indicação da melhor forma de reposição hormonal deve ser avaliada individualmente.

Dr. Thiago Seiji Carvalho da Silveira

Médico assistente do setor de Urologia do Hospital Servidor Público Municipal HSPM, Médico da Santa Casa de São Paulo e médico do Hospital Samaritano. Especialista em Urologia pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (2013). Possui Título de especialista em Urologia.

Referência bibliográfica

Mais sobre este assunto

Tratamentos para o câncer de próstata

Tratamentos para o Câncer de Próstata

Tratamentos para o câncer de próstata incluem vigilância ativa, cirurgia, radioterapia e terapias sistêmicas. Escolha a abordagem ideal com base no estágio da doença e sua saúde geral.

Prevenção do câncer de próstata

Prevenção do Câncer de Próstata

Prevenir o câncer de próstata envolve uma alimentação saudável, exercícios regulares, redução do estresse e exames de rotina. Adote hábitos saudáveis e proteja sua saúde.