Segundo uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia, a maioria dos homens não reconhece os sintomas da andropausa, que atinge a população masculina depois dos 40 anos de idade.
Quando o homem chega aos 40 e 55 anos, pode começar a perceber sintomas semelhantes à menopausa. Porém, diferente das mulheres, eles não aparentam nenhum sintoma específico, como a interrupção da menstruação, para marcar a transição. Ambos, no entanto, são caracterizados por uma queda significativa nos níveis de hormônios.
O que é a andropausa?
A chamada andropausa é um termo muito usado para classificar uma diminuição progressiva da produção de testosterona em homens após os 40 anos de idade. As mudanças ocorrem muito gradualmente e podem ser acompanhadas por mudanças de atitude, humor, fadiga, perda de energia, libido e até agilidade física.
O papel da testosterona
Antes de saber as causas da andropausa, é importante entender como funciona a testosterona masculina, que é o hormônio responsável por características associadas com o homem como voz grossa, barba, pêlos, musculatura e a capacidade reprodutiva. A partir dos 40 anos ocorre uma diminuição de 1,2% (por ano) nos níveis circulantes de testosterona livre. Logo, aos 70 é cerca de 35% menor que os de um adulto jovem.
Esse regresso ocorre por vários motivos que envolvem, além da queda natural com a idade, alterações testiculares, disfunção da regulação neuroendócrina das gonadotropinas, elevação das concentrações séricas de globulina ligadora de hormônios sexuais e redução da sensibilidade dos receptores androgênicos.
Segundo o Dr. Júlio Geminiani, urologista da clinica Unix, alguns hábitos diários também estão associados à queda significativa nos níveis de testosterona, levando a andropausa. “O tabagismo, o consumo de álcool, o sedentarismo, o consumo de carne e alimentos gordurosos, estresse e até depressão. podem acelerar esse processo”, explica.
Quanto menos testosterona, mais a andropausa dá sinais
Quanto maior a diminuição da testosterona, maiores serão os sinais dos sintomas. “Geralmente, os sinais da andropausa ocorrem por volta dos 60 anos de idade e inclui diminuição da massa muscular, aumento da gordura corporal, diminuição do desejo sexual, problemas de memória, osteoporose, diminuição do volume testicular, dificuldade de concentração, depressão e sensação de calor excessivo”, explica o especialista.
Segundo o urologista, o diagnóstico da andropausa pode ser feito de duas maneiras distintas “Por meio de exames de sangue, que medem o índice de testosterona livre e total e o nível de prolactina, que, se elevado, reduz a testosterona, podendo iniciar um processo de osteoporose, fraqueza muscular, aumento da massa gorda e dificuldades de ereção. Os testes de ereção devem ser feitos por um urologista e deve ser medida a densidade óssea (densitometria óssea). Os homens não deixam de produzir espermatozóides e, portanto, continuam férteis. Outra forma de descobrir a andropausa é a observação dos sintomas, já que o homem com andropausa deverá ter vários dos sintomas, como diminuição do interesse sexual, alterações de humor, perda de força e massa muscular”.
Como tratar a andropausa?
A reposição hormonal é uma das alternativas para quem é diagnosticado com andropausa, porém, só deve ser feita quando os níveis de testosterona estão abaixo de 300 ng/dL para evitar possíveis efeitos colaterais indesejados, como aumento no risco de doenças cardiovasculares, apneia do sono, hipertensão e, principalmente, doenças na próstata. Entretanto, o tratamento também inclui alguns possíveis benefícios como restauração da massa óssea, força muscular e estrutura corporal, melhora do desejo e desempenho sexual; melhora do humor e da qualidade de vida e melhora das funções cognitivas.
A reposição hormonal de testosterona pode ser feita através de medicamentos, adesivos, implantes subcutâneos ou injeções intramusculares regulares. As injeções são o tratamento mais usado e mais econômico. Além disso, também existem outras formas de tratamentos recomendados como são uma hora de exercícios aeróbicos diários, alimentação balanceada rica em fibras, com pouca gordura e carboidratos, manter uma vida sexual ativa e fazer psicoterapia para lidar com estresse, depressão e falta de desejo sexual.