Tudo que você precisa saber sobre cálculo renal

O cálculo renal é uma doença extremamente frequente na população, e muitas vezes é descoberto ao acaso em exames de rotina.

No Brasil, não há dados estatísticos que revelam os números exatos de casos. Porém, segundo estudos americanos, acredita-se que 1 a cada 11 indivíduos seja portador de cálculos renais.

Esta é uma doença crescente, pois se comprovou que nos últimos anos houve um aumento de quase 80% de incidência. Sendo assim, é muito importante que toda a população tenha conhecimento acerca do assunto.

A seguir, saiba mais informações sobre o que são os cálculos renais, suas causas, quais sintomas manifestam, principais formas de tratamento, e muito mais!

O que são os cálculos renais?

Popularmente conhecido por “pedras nos rins”, os cálculos (ou litíase renal) consistem em um aglomerado de sais e minerais. Eles podem ter tamanhos variados, a depender da condição de cada indivíduo.

A presença de sintomas ou não irá depender do local em que os cálculos estão, e também das suas dimensões. 

Onde estão os cálculos?

O Trato Urinário é um importante sistema do corpo humano, e pode ser acometido por inúmeras patologias (doenças), inclusive pelos cálculos. 

Nas mulheres, o sistema urinário é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. Já nos homens, ele também divide funções com o trato genital, e assim, a uretra acaba sendo uma estrutura compartilhada entre os dois sistemas.

Mas, afinal, para que serve cada uma destas “partes”?

rins

  1. Rins: todos nós possuímos dois rins, e eles desempenham uma função muito importante, que é a filtragem de todo o sangue do organismo. Com isso, são os responsáveis por eliminar toxinas e o excesso de líquidos.
  2. Ureteres: estas estruturas estão situadas na “saída” dos rins, e são encarregadas de transportar a urina até a bexiga.
  3. Bexiga: a bexiga é uma estrutura muscular, responsável por armazenar a urina. Quando ela se enche completamente, estímulos são enviados ao cérebro para que haja a micção (ou seja, a eliminação da urina).

Uretra: por fim, a uretra é a encarregada de transportar a urina da bexiga para fora do corpo. Nos homens, esta estrutura também se responsabiliza pela passagem do sêmen (líquido que contém os espermatozóides), portanto, participando do sistema genital masculino.

Os cálculos renais podem estar situados em qualquer uma das partes deste sistema, e assim, através de exames e da opinião médica, decide-se pela melhor forma de tratamento.

Causas do cálculo renal

Como o próprio nome sugere, a maioria dos cálculos é formada nos rins, embora possam ser encontrados em outras partes do sistema urinário (como nos ureteres).

Mas como eles se originam? Primeiramente, é preciso entender que os rins são órgãos filtrantes, e assim, o tempo todo passam sais formados principalmente por cálcio e ácido úrico.

Assim como em um coador de café, onde a água se responsabiliza por filtrar as substâncias, nos rins, a água que ingerimos auxilia na dissolução destes sais. 

Portanto, quando o indivíduo ingere pouca água, o cálcio e o ácido úrico tendem a se acumular nos rins, e, ao longo do tempo, os cálculos podem ser formados.

Com isso, podemos entender quais são as situações que propiciam a formação do cálculo renal:

  1. Desidratação: os estudos científicos recomendam que sejam ingeridos, ao menos, 2 litros de líquido  por dia. Quando isso não ocorre, aumenta-se a chance de formação das “pedras”. Outra sugestão é manter a urina clara em todas as micções, o que seria um sinal de boa hidratação.
  2. Excesso de sais: além da falta de água, quando os sais são consumidos em grandes quantidades, eles também podem se acumular nos rins e formar as pedras. O principal vilão da alimentação é o consumo excessivo de sódio, seja na forma de sal (cloreto de sódio) ou como conservante nos alimentos industrializados. Indivíduos que ingerem grandes quantidades de cálcio (em alimentos como queijo e leite), ou mesmo proteínas, em longo prazo, podem formar cálculos.
  3. Hereditariedade: já se foi comprovado cientificamente que pacientes com a presença de litíase renal na família possuem maiores chances de desenvolver a doença.

Além destas situações mais comuns, existem outras origens para os cálculos renais. Por exemplo, há bactérias do gênero Proteus, que podem “contaminar” os rins e promover a formação de cálculos. 

Para descobrir a origem das suas pedras, o médico responsável irá solicitar exames específicos, e depois disso, o diagnóstico será feito.

Sinais e sintomas

Como discutido anteriormente, alguns pacientes nem sabem que possuem cálculos (sendo chamados de assintomáticos). Estes, na maioria dos casos, possuem “pedras” menores que 1 (um) centímetro.

Cálculos maiores, que estejam em regiões específicas ou mesmo em movimento, podem causar uma série de incômodos ao indivíduo.

mulher sentindo cólica renal

  • Cólica renal

Esta costuma ser a primeira manifestação, e decorre de obstruções que o cálculo está causando nos rins. A dor pode começar nas costas, e irradiar (“correr”) para o abdome inferior (isto é, no pé da barriga) e/ou para a região genital.

Em geral tende a ser uma dor forte, que não resolve com analgésicos simples, como dipirona ou paracetamol.

  • Náuseas e vômitos

Como a dor e o incômodo tendem a ser muito intensos, os pacientes podem evoluir com sintomas de náuseas e vômitos, principalmente durante as cólicas devido a um reflexo que ocorre no sistema gastrointestinal associado ao quadro doloroso.

  • Alterações para urinar

Algumas pessoas sentem mais vontade de ir ao banheiro, podendo ter a sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.

Quando os cálculos estão obstruindo o trato urinário nos dois rins, situação rara, mas possível, pode-se ter a ausência total de urina, o que caracteriza um quadro de maior gravidade, e que precisa de tratamento médico imediato.

  • Sangramento urinário

Esta também é uma queixa frequente e que costuma preocupar os pacientes. Isso porque, quando o cálculo renal se movimenta nos órgãos e canais, ele pode gerar lesões nas paredes, que resultam em sangramentos.

Diagnóstico do cálculo renal

exame de imagem para diagnóstico do cálculo renal

 

Geralmente, o diagnóstico do cálculo renal é feito no momento de uma crise de dor. Sendo assim, o paciente busca serviços de urgência e emergência, onde é diagnosticado.

Uma série de exames pode ser feita para se descobrir os cálculos:

  • Raio-x abdominal;
  • Tomografia computadorizada;
  • Ultrassonografia de vias urinárias;
  • Ressonância magnética.

Além destes, podem ser solicitados exames de sangue e urina, com o objetivo de identificar se há infecção, para tentar entender o tipo de cálculo que está sendo formado, e muito mais.

Porém, na maioria das situações, apenas pela clínica do paciente e através do exame físico, o médico consegue imaginar que se trata de cálculo renal.

Os exames costumam ser pedidos principalmente para descobrir:

  • Onde o cálculo renal está localizado;
  • Seu tamanho;
  • Possibilidades de tratamento;

A partir disso, o médico conversa com o paciente sobre as possibilidades de tratamento, e toma-se a decisão!

Afinal, quais são os tratamentos para o cálculo renal?

Em geral, cálculos renais que tenham até 5 mm não exigem tratamento específico, exceto em situações especiais (como na presença de sintomas). Ainda, quando os cálculos são formados por ácido úrico, o médico pode prescrever medicamentos para exterminá-los.

Nas demais situações, em que os cálculos não são de ácido úrico e/ou possuem mais que 5 mm, é preciso recorrer-se a medidas cirúrgicas.

Até certo tempo, a única maneira de tratar os cálculos maiores e sintomáticos era através da cirurgia aberta. Porém, ocorreu uma série de avanços na medicina, como a endourologia, que é responsável pelo tratamento de patologias do trato urinário de maneira minimamente invasiva.

Uma série de fatores deve ser levada em conta no momento de se escolher o tratamento:

  • Localização do cálculo renal;
  • Tamanho da “pedra”;
  • Sintomas apresentados.

A seguir, conheça as principais técnicas utilizadas e desenvolvidas para a extração dos cálculos renais!

  1. Uretolitotripsia flexível e semirrígida a laser

Em geral, estas são as técnicas mais modernas e recentes desenvolvidas para tratar as pedras nos rins. 

Elas podem ser empregadas para cálculos de até 2 cm, e são especialmente importantes em pacientes que apresentam riscos para cirurgias extensas e que necessitem de cortes e anestesias mais complexas.

A boa notícia é que possuem uma recuperação extremamente rápida, e inclusive, os pacientes podem ser liberados do hospital no mesmo dia do procedimento (na maioria dos casos).

A técnica é feita sem nenhum corte, e para que isso seja possível, dispositivos serão inseridos pela uretra, até que cheguem aos rins. A tecnologia permite que os cálculos sejam fragmentados e retirados pelo mesmo trajeto.

Depois da cirurgia, o paciente utiliza um cateter por 1 a 2 semanas, conforme a orientação médica. 

Na maioria dos casos há baixo risco de complicações, mas esse assunto precisa ser discutido com o urologista de sua confiança.

Uma das especialidades da Urobrasil é a Uretolitotripsia flexível e semirrígida a laser. Para saber mais sobre esse tipo de cirurgia entre em contato conosco através desse link.

  1. Nefrolitotripsia percutânea

Quando o paciente possui cálculos maiores (com mais de 2 cm) ou houver histórico de falha na ureterolitotripsia, esta poderá ser a técnica de escolha.

O médico responsável pelo procedimento irá preparar o paciente em centro cirúrgico, e um cateter será inserido na região dos rins, através de um pequeno “furo” nas costas. Pelo mesmo local de acesso, os cálculos são fragmentados e retirados. 

A nefrolitotripsia percutânea pode causar febre e sangramentos para o paciente, porém apresenta excelentes resultados.

  1. Outras técnicas

Além dos procedimentos endourológicos (que foram expostos anteriormente), também existem outras formas de realizar a extração dos cálculos:

  • Cirurgia aberta;
  • Litotripsia externa por ondas de choque.

Estas são reservadas para casos especiais, em que não houve sucesso com as técnicas minimamente invasivas, ou quando o paciente apresenta contraindicações para os procedimentos endourológicos. 

O que é preciso saber sobre a cirurgia?

O tratamento dos cálculos renais envolve a sua extração, e por isso, cirurgias podem ser necessárias quando há sintomas e/ou complicações presentes.

Todas as técnicas cirúrgicas são realizadas com o paciente anestesiado (mesmo aquelas por cateter), e com isso, não haverá dores durante o procedimento.

Antes da cirurgia, alguns exames serão solicitados, como os de urina e de sangue.

Como já dito anteriormente, em técnicas minimamente invasivas, a alta poderá ocorrer no mesmo dia do procedimento, porém o paciente deve se comprometer com os cuidados necessários – inclusive com a manutenção de eventuais  sondas.

Portanto, escolha um médico de sua confiança para a realização do procedimento, e se possível, opte pelas técnicas minimamente invasivas, pois além da menor taxa de complicações, elas apresentam uma recuperação extremamente mais rápida. 

Aqui na Urobrasil nós realizamos os diversos tipos de tratamento para o cálculo renal, levando sempre em consideração o histórico e a condição clínica do paciente. Agende uma consulta com um dos nossos urologistas para saber qual é o tratamento ideal para você. Basta clicar aqui.

Prevenção do cálculo renal

Se você teve recentemente um diagnóstico de cálculo renal ou deseja evitá-los, é essencial investir na prevenção. Isso envolve uma série de mudanças simples, mas que apresentam excelentes resultados.

Confira-os a seguir, e reveja os seus hábitos de vida!

  1. Aumente a ingestão de líquidos 

Depois de entender que a desidratação é uma frequente causa de cálculos renais, é essencial ingerir ao menos 2 litros de líquidos  ao dia. Deve-se evitar o consumo de refrigerantes, chá preto e bebidas isotônicas.

Quando praticar atividades físicas, estiver em uma temperatura extremamente quente, ou enfrentar outras situações de desidratação, eleve o consumo de água. 

Para auxiliar nesta tarefa:

  • Leve sempre com você uma garrafa de água;
  • Aproveite as pausas no trabalho para se hidratar;
  • Baixe aplicativos no celular que te enviem notificações e lembranças para tomar água.
  1. Evite o sódio

Atualmente, há um imenso consumo de produtos industrializados, devido a praticidade que estes apresentam no dia a dia. Inclusive, esta é uma das causas do aumento do número de casos de litíase renal.

O refrigerante e as bebidas gaseificadas, além do alto teor de sódio, também são ricas em ácido fosfórico. Juntamente, estas duas composições elevam drasticamente a chance de desenvolver cálculos renais.

  1. Ingestão balanceada de cálcio

Anteriormente vimos que o cálcio faz parte da composição de cálculos renais. Porém, alguns estudos científicos mostraram que a redução de cálcio na dieta estava atrelada a um aumento do número de pedras nos rins.

Portanto, recomenda-se que o cálcio seja ingerido em quantidade moderada, em torno de 1000 mg/dia. Na prática essa quantidade representa 2 ou 3 porções de alimentos derivados de leite (ex.: uma fatia de queijo, um copo de leite, um iogurte, etc.)

  1. Diminua as proteínas

Depois de uma série de reações químicas que ocorrem no organismo, as proteínas acabam formando o ácido úrico, importante causador de cálculos. 

Sendo assim, recomenda-se que haja diminuição no consumo de carnes, seja ela vermelha ou branca.

  1. Evite alimentos específicos

alimentos que não se devem consumir para prevenir cálculo renal

Alguns alimentos estão atrelados ao maior risco de cálculos renais, como:

  • Chocolate;
  • Derivados de soja;
  • Grãos;
  • Chá preto;
  • Espinafre;

Com isso, é importante diminuir o consumo, porém, não é preciso abolir estes itens da sua dieta (pois, inclusive, muitos deles apresentam uma série de benefícios ao corpo). 

  1. Trate condições associadas

Algumas causas da litíase renal são doenças, como a infecção bacteriana. Quando o diagnóstico for feito, é muito importante seguir o tratamento indicado pelo médico para que os cálculos sejam exterminados.

  1. Realize acompanhamento nutricional

Embora alguns hábitos sejam simples de serem mudados, é essencial consultar um nutricionista para que seja feita uma revisão da dieta.

  1. Faça acompanhamento com um urologista

urologista especializado em cálculo renal

O trato urinário é um sistema extremamente importante, e que interfere no equilíbrio de todo o organismo. Sendo assim, é de extrema importância que você visite um urologista com frequência.

Além disso, pacientes que possuem histórico de cálculo renal, devem seguir um acompanhamento profissional, para evitar a recorrência da doença.

Por fim, lembre-se que o urologista será o médico responsável pelo tratamento dos cálculos, além de ser o especialista no assunto, podendo auxiliar na mudança de hábitos e prevenção.

Agende uma consulta com um dos nossos urologistas, e fique livre deste problema!

 

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