A média de idade dos homens atingidos varia dos 27 aos 35 anos, sendo que é mais comum em homens que têm maior frequência de relações sexuais.
Apesar de ser relativamente rara, até 80% dos casos registrados de fratura ou ruptura peniana ocorrem durante a relação sexual, porém também podem ocorrer fraturas penianas durante a masturbação, queda ou durante o sono. Estudos apontam que um em cada 175 mil homens terão fratura peniana ao longo da vida.
Como ocorre a fratura peniana?
No ato sexual, durante a movimentação do casal, quando acontece uma penetração errada (ao lado da vagina ou penetração vaginal incompleta), o pênis ereto pode dobrar-se, ocorrendo um aumento da pressão e podendo ocorrer ruptura da albugínea (membrana que cobre os corpos cavernosos e aprisiona o sangue durante a ereção, propiciando a ereção). Na maioria dos casos, os pacientes relatam que ouvem um estalo, seguido de dor e perda rápida da ereção e inchaço no local onde ocorreu a ruptura da albugínea.
A fratura peniana ocorre quando uma força externa é aplicada sobre os corpos cavernosos durante a ereção. Segundo o Dr. Julio Geminiani, urologista da clínica Unix, “Quando o pênis fica ereto, qualquer força em excesso que cause curvatura do membro pode gerar sua ruptura, afinal, quando o pênis está em ereção, a albugínea se torna mais fina, podendo sua espessura reduzir em até 75% e ser mais propenso ao rompimento.”. Quando acontece uma lesão da albugínea protetora dos corpos cavernosos, o sangue infiltra entre ou através delas, causando um grande hematoma peniano nas imediações da lesão.
Em quem ela é mais frequente?
Segundo dados, a média de idade dos homens atingidos varia dos 27 aos 35 anos, sendo que é mais comum em homens que têm maior frequência de relações sexuais e são mais vigorosos durante a penetração ou masturbação. Dificilmente casos são vistos após os 50 anos de idade.
Como é feito o diagnóstico?
Normalmente, o diagnóstico é feito pela história clínica, quando o paciente relata um estalo audível, perda rápida da ereção e aparecimento de hematoma, facilmente observado através do exame físico. De acordo com o especialista, “Em casos mais graves, podemos também observar sangramento pela uretra, que é sugestivo de lesão uretral (canal da urina). Nem todas as fraturas têm esse quadro clássico, sendo necessário, em alguns casos, o uso exames complementares.
O ultrassom pode ajudar a localizar o ponto de ruptura da túnica albugínea, mas não é obrigatório fazê-lo. Em casos de alta suspeita, mas sem disponibilidade de exames, a exploração cirúrgica deve ser realizada tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento.”, esclarece.
Após o diagnostico ser confirmado, na maioria dos casos, o paciente é levado para exploração cirúrgica da lesão e reparo da ruptura da albugínea. “Os pacientes chegam, em média, cinco horas depois do trauma e a cirurgia deve ser realizada dentro das oito primeiras horas depois da lesão”, explica o especialista. Além disso, cerca de 20% dos pacientes tratados pela cirurgia imediata podem apresentar leve curvatura peniana, já nos casos tratados conservadoramente (sem cirurgia) esse número é em torno de 50%.
O urologista ainda ressalta que, se o procedimento médico for realizado de forma correta e imediata, os riscos de desenvolver uma disfunção erétil são muito pequenos. Caso contrário, o paciente pode acabar com alguma sequela, como fibrose, o que irá comprometer a ereção.
A recomendação é esperar, pelo menos, 60 dias para recomeçar a atividade sexual após a cirurgia, para garantir uma cicatrização adequada. “Quando o pênis está ereto, há uma pressão interna de sangue muito grande, o que pode ocasionar a ruptura dessa capa mais uma vez, caso a cicatrização não seja bem feita”, conclui.