Sinais e sintomas
O HPV, ou papilomavírus humano, compreende uma família de vírus com quase 200 subtipos, sendo 40 deles ligados a lesões ano-genitais. São vírus que podem infectar a pele de qualquer parte do corpo e da região genital, incluindo pênis e bolsa escrotal nos homens e qualquer parte da vulva, vagina e colo do útero em mulheres, além da região anal. A infecção do canal urinário (uretra) pode ocorrer em ambos os sexos. A infecção causada pelo HPV pode ser assintomática ou provocar o aparecimento de verrugas com aspecto parecido ao de uma pequena couve-flor na pele e nas mucosas.
Epidemiologia
Estima-se que metade dos jovens brasileiros já tenham tido contato com HPV. Entretanto, esta infecção é transitória, regredindo na maioria das vezes. Alguns casos, essencialmente os subtipos com maior potencial para causar câncer, podem evoluir para lesões precursoras e eventualmente câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca. Os subtipos 16 e 18 são os mais oncogênicos (relacionados ao câncer), e os subtipos 6 e 11 são os mais frequentes e são considerados não-oncogênicos.
Diagnóstico
Exames Geralmente o próprio paciente identifica a presença das verrugas, principalmente os homens. O urologista confirma o diagnóstico e indica o tratamento. No caso das mulheres, o diagnóstico torna-se mais difícil por conta do aparecimento das lesões comumente ocorrer na região interna da vagina ou no colo do útero, daí a necessidade do exame ginecológico rotineiro. Em casos de dúvida, outros métodos diagnósticos como a genitoscopia, colpocitologia, biópsia e análise da lesão e a captura híbrida podem ser necessários.
Transmissão / Como evitar
A infecção depende de contato direto prolongado do vírus com a pele de qualquer parte do corpo ou região genital, estando diretamente relacionado a fatores de risco como idade, comportamento sexual, uso de preservativo, tabagismo e a presença de outras doenças sexualmente transmissíveis. A transmissão se dá predominantemente por via sexual, mas existe a possibilidade de transmissão vertical (mãe/feto), de autoinoculação e de inoculação através de objetos que alberguem o HPV.
Tratamento
Vários métodos podem ser utilizados no tratamento do HPV, sendo os mais utilizados a cauterização elétrica ou química, além de crioterapia e laser. Cremes tópicos com agentes imunomoduladores também são opção de tratamento com boa eficácia.
Um dos fatores mais importantes no sucesso do tratamento é o entendimento do problema por parte do paciente e o acompanhamento de perto pelo médico especialista, que geralmente é o urologista para os homens e o ginecologista para as mulheres.
No Brasil já estão aprovadas 2 vacinas contra o HPV: a bivalente e a quadrivalente. Vários estudos demonstraram que elas são seguras e efetivas, mas não são capazes de curar a infecção já instalada. Como qualquer vacina, ela é capaz de proteger o indivíduo contra a doença antes do contato com o vírus e, portanto, são preventivas. Em casos específicos, a vacina pode ajudar no controle da doença recorrente em indivíduos infectados pelo HPV.
- CRM 141371
- RQE 61054
Médico Assistente do Setor de Urologia do Hospital Servidor Público Municipal (HSPM), Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP) e Hospital Samaritano. É professor do Curso de Medicina da UniNove. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia. Possui certificação para atuar em cirurgia robótica (Urologia) pela Intuitive Surgical Inc. no da Vinci Surgical System. Residência Médica em Urologia pelo HSPM. Residência Médica em Cirurgia Geral pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Médico graduado pela Universidade de Brasília (UnB). Possui diversos trabalhos publicados em congressos e artigos publicados em periódicos. Experiência no Exterior: Clerkship em Harvard Medial School, Boston, EUA.