Incontinência urinária e bexiga hiperativa nas mulheres

Você sente dificuldades para reter a urina, principalmente a noite? Vai ao banheiro mais do que oito vezes em um dia? Sente urgência urinária? Esses sintomas podem ser característicos da Bexiga Hiperativa, condição que atinge tanto homens, quanto mulheres em qualquer faixa etária (crianças, adultos e idosos).

Estima-se que 19% da população brasileira tenha Bexiga Hiperativa e desse número, aproximadamente 72% das pessoas nunca procuraram tratamento médico e o principal motivo é o desconhecimento ou confusão em relação aos sintomas causados por esse problema de saúde.

Causas da bexiga hiperativa

Diversos fatores de risco estão associados à bexiga hiperativa, dentre eles estão algumas doenças como: artrite, diabetes insulinodependente, depressão e obesidade e reposição hormonal oral. Mas, o principal fator de risco ainda é idade, visto que a prevalência da bexiga hiperativa aumenta com o envelhecimento.

De acordo com a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), cerca de 30% das pessoas com idade acima de 70 anos apresentam sintomas de bexiga hiperativa, contra apenas 3 a 5% com até 40 anos de idade. Isso acontece porque mudanças fisiológicas que estão associadas ao envelhecimento, como a diminuição da capacidade da bexiga e as alterações no tônus muscular, favorecerem o desenvolvimento da bexiga hiperativa.

Mas, vale ressaltar que também existe a Bexiga Hiperativa Neurogênica, que tem a sua origem relacionada a diversos problemas neurológicos, como esclerose múltipla, AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais), traumatismos, Parkinson entre outros. Devido a estes fatores, a condição ocorre porque o funcionamento da bexiga é coordenado em diferentes níveis pelo Sistema Nervoso Central. 

Diagnóstico

O diagnóstico da Bexiga Hiperativa é fundamentalmente clínico e leva em consideração os sinais e sintomas clássicos da doença. Além disso, a história clínica do paciente, que pode abranger diário miccional e os questionários de sintomas urinários, também é avaliada. Em muitos casos, a realização de exames físicos e de urina é necessária para dar mais suporte ao médico no momento do diagnóstico.

Para alguns pacientes, exames e procedimentos adicionais podem ser solicitados, inclusive para confirmar o diagnóstico, quando há dúvidas, excluir outras doenças e planejar a melhor forma de tratamento. Dentre este exames estão: a Ultrassonografia Renal e de Vias Urinárias, a Mensuração do Resíduo Pós-Miccional, o Estudo Urodinâmico e a Cistoscopia.

Bexiga Hiperativa x Incontinência Urinária

Se você chegou até aqui, deve estar se perguntando qual é a diferença entre Bexiga Hiperativa e Incontinência Urinária, certo?

A resposta é que a Bexiga Hiperativa, como falamos anteriormente, tem características específicas como o aumento da frequência das micções, urgência em urinar e noctúria (vontade de urinar durante a noite). Já a Incontinência Urinária é definida pela perda involuntária de urina.

É importante lembrar que mesmo sendo doenças diferentes, elas podem se manifestar ao mesmo tempo ou não, uma pessoa pode ter Incontinência Urinária e não ter Bexiga Hiperativa ou, ainda, uma pessoa pode ter Bexiga Hiperativa, mas não ter Incontinência Urinária.

Qualidade de vida

A Bexiga Hiperativa pode causar inúmeros prejuízos e desconfortos. Muitos pacientes deixam de realizar algumas atividades fora de casa pelo medo de não encontrar um banheiro facilmente disponível. Além disso, a doença causa comprometimento da função sexual, depressão e quando não é tratada adequadamente, ainda pode gerar infecções no trato urinário e nos casos mais graves, perda da função renal.

Embora não exista uma forma exata que possa prevenir a Bexiga Hiperativa, adotar hábitos saudáveis de vida ajuda nestas e em outras condições. Então, reduzir o sobrepeso e o tabagismo; evitar o consumo de bebidas alcóolicas e diminuir a ingestão de chás, cafeína, sucos cítricos e chocolates são medidas positivas que podem reduzir o impacto causado pela bexiga hiperativa.

Tratamento

Caso você tenha se identificado com os sintomas, o primeiro passo é procurar um urologista, pois somente com a constatação médica do problema, o melhor método de tratamento poderá ser indicado. De acordo com o guia da AUA (American Urological Association), o tratamento da bexiga hiperativa é dividido em três linhas.

O tratamento primário é recomendável para a maior parte dos pacientes e inclui estratégias de controle vesical que é basicamente o controle da ingestão de líquidos e substâncias irritantes vesicais, bem como a adoção da fisioterapia vesical e para os músculos do assoalho pélvico.

Quando a primeira linha de tratamento não resolve o problema, medicamentos com boa eficácia podem ser prescritos pelo urologista. E, para os casos considerados mais graves, atualmente a aplicação de Toxina Botulínica na bexiga ou o implante de um marca-passo vesical (neuromodulador sacral) têm sido técnicas amplamente utilizadas.

Todos os casos diferem de um para o outro, por isso o tratamento de cada paciente é individualizado e deve ser impreterivelmente definido e realizado por um urologista.

Quer saber mais sobre o assunto?

Confira a entrevista concedida pelo Dr. Alex Meller para o Programa Mulheres, da TV Gazeta, sobre os Sintomas da Bexiga Hiperativa.

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