Cistite intersticial não é infecção urinária. Saiba diferenciar

Estudos indicam que 90% dos portadores da doença são mulheres e apenas 10% são homens.

A cistite intersticial se confunde com as infecções urinárias causadas por bactérias (causa mais frequente de cistite), por acometer o sistema urinário inferior. Os principais sintomas se dão pela irritação ou inflamação da parede da bexiga, sendo a doença também chamada de Síndrome da Bexiga Dolorosa.

Ela pode deixar cicatrizes na bexiga, provocar um espessamento na sua parede e diminuir a sua capacidade. Junto a essas alterações, podem estar associados pontos de sangramento, que são refletidos na urina, confundindo-se ainda mais com infecções urinárias.

Os sintomas da cistite intersticial

O início do quadro da cistite intersticial acontece quando a pessoa sente necessidade de urinar com mais frequência, mas a bexiga não está cheia. Os principais sintomas da doença estão relacionados a urinar mais de oito vezes por dia, acordar à noite para urinar, dor no baixo ventre, sensação de pressão e sensibilidade aumentada ao redor da bexiga e períneo (área entre o ânus e vagina/escroto), dor durante o ato sexual, e, no sexo masculino, desconforto ou dor no pênis e escroto.

Além disso, os sintomas podem piorar durante a menstruação e a intensidade dos sintomas causados pela cistite intersticial variam muito, fazendo com que as pessoas com a doença passem por períodos em que eles são bem fortes e outros em que desapareçam por completo.

O que causa essa doença?

As causas da doença ainda não são claras, pois não se sabe ao certo o que leva uma pessoa a desenvolver essa doença. De acordo com o Dr. Júlio Geminiani, especialista em urologia feminina da Urobrasil, acredita-se que tenha várias causas para o surgimento da doença, “As infecções urinarias crônicas, agressão vesical persistente por diferentes substancias tóxicas na urina, doença autoimune (quando o sistema imunológico não funciona corretamente e ataca o próprio organismo) e radioterapia pélvica são algumas das possibilidades”, afirma.

Os principais fatores de risco associados à cistite intersticial são idade (pessoas na faixa dos trinta anos de idade ou mais), bebidas alcoólicas, alimentos ácidos, café, chá preto, alimentos condimentados, bebidas gasosas, relações sexuais e estresse.

Como é feito o diagnóstico?

O urologista afirma que não existe um exame que faça o diagnóstico da cistite intersticial. Mas ele pode ser realizado através dos resultados da somatória de exames como o aspecto clínico, o diário miccional, o índice de sintomas, a urodinâmica e a cistoscopia, além de ser necessário afastar qualquer outro tipo de doença urinária.

Como a cistite intersticial é tratada?

Apesar de todos os tratamentos mencionados, eles não apresentam altos índices de resolução definitiva, sendo necessário individualizar a conduta conforme a evolução de cada caso. Por ser uma doença difícil de diagnosticar, o tempo médio para o  diagnóstico preciso pode demorar de 4 a 5 anos.

O tratamento da doença visa controlar a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente “Em alguns casos, pode ser necessário testar vários tratamentos diferentes ou até uma combinação deles até se conseguir achar a abordagem que alivie os sintomas, como mudanças na dieta – evitar cafés, chás e bebidas gasosas – fisioterapia, medicações orais, estimulação nos nervos da bexiga, uso de técnicas que distendem a bexiga, medicações intravesicais, acupuntura e, em alguns casos, cirurgia”, pontua o especialista.

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