Heloísa Noronha – Colaboração para UOL
Você já deve saber que a masturbação não faz mal nenhum, certo? Ao contrário: ajuda a transar, conhecer o corpo e a se sentir melhor. Para acabar com qualquer dúvida, veja o que é fato e o que é pura bobagem sobre o assunto:
Masturbar-se alivia a TPM
Verdade! O orgasmo libera endorfinas, substâncias que aumentam as sensações de bem-estar e, assim, combate e as cólicas, a irritação e outras chatices típicas da TPM.
A mulher virgem pode romper o hímen
Depende. Se ela usar os dedos ou um vibrador apenas na região do clitóris (e com cuidado!), não há perigo. Porém, a masturbação intravaginal pode, sim, romper a película.
Masturbação faz mal à saúde
Mentira! É um santo remédio! Para as mulheres, o orgasmo provoca contrações que ajudam a eliminar secreções que ficam no colo do útero. Além disso, essas contrações liberam substâncias que atuam na medula óssea, estimulando, assim, o sistema imunológico. Para os homens, ejacular com frequência reduz o risco de câncer de próstata. Segundo um estudo publicado em 2016 na versão online da revista científica European Urology, quem ejacula pelo menos 21 vezes por mês têm um risco 20% menor de desenvolver esse tipo de tumor.
A vagina e o pênis sofrem deformações
Não mesmo. Ideias antigas ligadas à repressão sexual pregavam que a vagina alargava com o excesso de “uso” e que o pênis podia aumentar de tamanho e até mesmo ficar deformado por conta do estímulo. Tudo bobagem.
Pode provocar infertilidade masculina
De jeito algum. É óbvio que se um cara acabou de se masturbar e vai transar em seguida terá menos espermatozoides disponíveis para engravidar a parceira. Infertilidade? Nunca.
Em excesso, pode viciar
Depende. A forma com que o sujeito usa a masturbação é que oferece risco. Se ela é adotada para evitar ansiedade, pode, sim, viciar, já que o homem sente que não consegue controlar o desejo de se aliviar. A recorrência da pornografia para se excitar pode causar dependência psicológica e atrapalhar o desempenho sexual. E há, ainda, homens que relatam dificuldade para ejacular com a penetração por se habituarem à masturbação. Cada um, portanto, reage de um jeito.
Ajuda a controlar a ejaculação
Sim! Se o homem se masturbar como uma espécie de “treino” para prolongar a excitação sexual, sem ejacular, pode conseguir prolongar o sexo quando estiver com outra pessoa. Isso, no entanto, é algo bem específico e deve receber orientação de um profissional (urologista ou terapeuta sexual).
Provoca impotência
Não. A impotência ocorre por outros fatores (estresse, má alimentação, problemas emocionais, doenças vasculares, tabagismo etc) que não têm nada a ver com masturbação.
Melhora a vida sexual
Pode acreditar! Além do já citado controle da ejaculação masculina, para as mulheres a prática permite conhecer melhor o próprio corpo. Assim, é possível mostrar ao par como gosta de ser tocada e excitada. E mais: a masturbação frequente melhora a lubrificação por deixar as glândulas mais ativas e a vagina mais úmida, facilitando a penetração.
Na dúvida, consulte um médico.
Na Urobrasil, atendemos online ou presencial.
FONTES:
Alex Meller, urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Cristina Carneiro, ginecologista e obstetra de São Paulo (SP); José Carnevale, urologista pediátrico do Hospital São Luiz Jabaquara, em São Paulo (SP); Oswaldo M. Rodrigues Jr., diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade), e Silvio Pires, urologista da clínica paulista Criogênesis
- CRM 87328
- RQE 46787
Formado em Medicina pela UNIFESP, com residência em Urologia pela mesma instituição, o Dr Alex Meller atua como diretor clínico da Urobrasil desde de 2010, e tem diversas contribuições significativas na área de urologia, sendo algumas delas como:
Médico assistente da Disciplina de Urologia da UNIFESP – Escola Paulista de Medicina
Vice-chefe do setor de Endourologia e Litíase Renal da Disciplina de Urologia – UNIFESP/EPM
Delegado representante do Brasil na Sociedade Mundial de Endourologia (Endourological Society) entre os anos de 2018 a 2021
Coordenador do setor de Endourologia e Litíase Renal da Sociedade Brasileira de Urologia na Gestão 2016/2017
Autor de artigos científicos, capítulos de livros e palestras em Endourologia e Cálculo Renal
Membro do corpo clínico dos mais renomados hospitais de São Paulo