Dizer que uma criança possui refluxo vesicoureteral significa, basicamente, que a urina que ela deveria estar expelindo na micção, na verdade, está fazendo o caminho contrário, ou seja, retornando para os rins. Isso acontece, com muita frequência, na infância.
O maior indício do refluxo vesicoureteral é o aparecimento da infecção urinária. Por isso, os médicos, especialmente os urologistas pediátricos, costumam tratar a infecção e fazer uma investigação mais aprofundada da saúde da criança. Pode acontecer de ele resolver-se espontaneamente, conforme a criança se desenvolve. Isso acontece em até 90% dos casos, a depender do grau de refluxo, de acordo com a Associação Americana de Urologia (AUA).
A suspeita diagnóstica de refluxo vesicoureteral existe quando há infecção urinária e febre. Para confirmar o diagnóstico e classificá-lo, realiza-se uma radiografia da bexiga e uretra, chamada de uretrocistografia miccional. Este exame consiste em colocar substância visível ao raio x (contraste) dentro da bexiga e observar a saída da urina (micção). Caso haja subida do contraste para um ou ambos ureteres ou rins, está diagnosticado o refluxo Vesicoureteral.
Como tratar
O tratamento é feito com antibióticos em doses reduzidas por longos períodos, algumas vezes por períodos de vários anos, além da instituição de medidas higiênico-dietéticas (ingestão de líquidos em quantidade e micções regulares e frequentes) com a intenção de aguardar a cura espontânea.
Recomenda-se o tratamento cirúrgico em casos com infecções recorrentes apesar do uso de antibióticos, naqueles com dificuldade (intolerância) em manter o tratamento clínico por longo prazo, e nos casos com RVU mais intenso (alto grau), com presença de cicatrizes renais, e principalmente crianças acima dos 5 anos de idade, cuja perspectiva de cura espontânea é muito menor. O tratamento cirúrgico é realizado pela correção do refluxo vesicoureteral, abordando-se a junção do ureter com a bexiga, para reconstituir o “mecanismo valvular”. Classicamente é realizada por cirurgia aberta, com excelentes resultados.
Mesmo após a cura do refluxo vesicoureteral, as crianças devem ser acompanhadas a longo prazo, com medidas rotineiras de pressão arterial, análise de urina, controles de função renal, bem como ultrassom ou exame de imagem com radioisótopos (cintilografia renal).
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