Dor nos testículos: seus perigos e cuidados necessários

Se você é homem, com certeza já sentiu algum incômodo na região testicular. Geralmente, a dor é comum e rotineira. Entretanto, dependendo do tipo de dor, ela pode ser um indicativo de que algo não está certo.

Dada à sua importância, nosso corpo clínico apresentou algumas das causas e consequências desse problema que atinge milhões de homens no mundo todo.

Estou com dor nos testículos. O que pode ser?

Existem diversos tipos de dor testicular. Antes de se tirar qualquer conclusão, é importante conhecer o contexto em que ela está ocorrendo: Qual região está doendo mais? É uma dor aguda ou pulsante? Começou após algum acontecimento específico? Há quanto tempo está presente?

Abaixo, iremos apresentar algumas características dos tipos de dor para ajudar nessa contextualização.

Dor testicular aguda: 

  • De início abrupto e intenso;
  • Costuma ser breve;
  • Aparece sem causa aparente, ligada a um trauma (batida)
  • Dor após uma relação desprotegida, sem o uso de preservativo e possível exposição a DSTs;
  • Pode ocorrer associada à febre e náuseas, indicativos de uma gravidade maior; 
  • Se a dor for muito forte, é importante procurar ajuda médica imediata. 

Dor testicular crônica: 

  • Segue por vários dias, em intensidade menor e piora gradual;
  • Pode estar associada a atividades físicas, posição ou esforço;
  • Se permanecer por um período muito longo, pode ser indicativo de doenças mais graves.

Contudo, não é só a dor que importa. Algumas doenças testiculares apresentam outras evidências e podem, inclusive, não causar dor. Por isso, é importante também prestar atenção no formato anatômico da região, se há alguma irregularidade na cor, ou se há algum inchaço aparente, por exemplo.

Entendendo um pouco melhor sobre essa região.

O testículo é uma região especialmente sensível, devido a sua localização e anatomia. Cheio de terminações nervosas, ele fica dentro do saco escrotal, que se encontra “fora” do corpo. Apesar de poder passar essa impressão, os testículos não ficam soltos lá dentro. Na realidade, eles estão conectados ao restante do corpo através do cordão espermático. 

Este último se origina lá do abdômen e é composto por vasos sanguíneos, nervos, o canal deferente (que transporta os espermatozóides) e o músculo cremaster (que movimenta os testículos involuntariamente, dependendo da necessidade). Devido a toda essa complexidade, até mesmo pequenas lesões podem resultar em um grande desconforto. 

Quais as principais causas da dor nos testículos?

São várias as origens possíveis da dor testicular. Como dito anteriormente, é preciso entender todo o contexto. A seguir, vamos apresentar algumas doenças relacionadas com o desconforto nessa região e suas especificidades.

Trauma Testicular:

É uma das causas mais frequentes e comuns. Refere-se a quando ocorre uma pancada ou choque nos testículos. A dor costuma ser imediata e intensa, mas tende a passar rápido também. Demanda mais atenção quando o trauma for mais grave como, por exemplo, em um acidente de trânsito ou chute. Nesse caso, podem surgir inchaços e manchas roxas e, em situações mais graves, ocorrer a rotura testicular, quadro que exige intervenção cirúrgica para ser revertido.

Varicocele:

Refere-se à dilatação das veias que drenam o sangue dos testículos. Gera dor, desconforto e uma sensação de peso no saco escrotal que aumenta ao longo do dia, principalmente se o paciente ficou muito tempo sentado ou em pé. No entanto, a dor não costuma ser muito intensa, o que acaba fazendo com que os homens demorem muito para ir atrás de auxílio médico. Acontece com mais frequência do lado esquerdo da bolsa escrotal.

Torção Testicular:

Acontece quando os testículos giram ao redor do seu próprio cordão espermático e, por causa disso, há a suspensão do trânsito do sangue. A dor costuma ser profundamente intensa. A torção pode vir a se desfazer sozinha mas, na maioria dos casos, é necessário atendimento médico imediato e tratamento cirúrgico.  

Epididimite:

Diz respeito à inflamação do epidídimo, causada pela infecção de vírus ou bactérias. Em homens com vida sexual ativa, costuma ter sua origem em doenças sexualmente transmissíveis, como a clamídia ou gonorréia. Em outros casos, também pode estar associada às bactérias da infecção urinária. Costuma causar uma dor intensa e exige acompanhamento médico.

Além dessas doenças, a dor pode ter origem em infecções como a caxumba, infecção urinária, orquite (testículo inflamado) ou, até mesmo, câncer de testículo. “Esta dor pode se originar, além dos testículos, de outras estruturas também situadas dentro do escroto”, afirma Geminiani. Pedra nos rins e hérnia inguinal são outras possíveis causas de alteração. Há casos, inclusive, em que não é possível diagnosticar de onde vem a dor.

Como tratar a dor nos testículos?

Como vimos, depende de alguns fatores específicos. Se a dor foi provocada por torções, ela deve ser diagnosticada e tratada em um período de seis horas. A negligência de cuidado, em situações mais graves, pode resultar até mesmo na perda do testículo.

Infecções costumam ser facilmente diagnosticadas e tratadas de forma rápida, por via medicamentosa, sempre com acompanhamento médico.

Para causas menos sérias, como pequenas lesões e acúmulo de líquido, é recomendável usar um suspensório para sustentação do escroto, usar gelo, tomar banhos mornos, colocar uma toalha enrolada abaixo do escroto ao dormir e tomar medicação correta, receitada por um médico. 

Lembre-se: Toda dor é sinal de algum problema no organismo, e dores agudas devem servir de alerta para procurar ajuda médica o quanto antes.

É importante lembrar que os testículos são os órgãos responsáveis por produzir os espermatozoides e tem papel fundamental no sistema reprodutor masculino. Caso a origem da dor não seja descoberta e tratada, há sim a possibilidade de infertilidade. Por isso, preste atenção aos sinais do seu corpo e, sempre que necessário, busque a ajuda especializada de um urologista. 

Dr. Alex Elton Meller

Formado em Medicina pela UNIFESP, com residência em Urologia pela mesma instituição, o Dr Alex Meller atua como diretor clínico da Urobrasil desde de 2010, e tem diversas contribuições significativas na área de urologia, sendo algumas delas como:

Médico assistente da Disciplina de Urologia da UNIFESP – Escola Paulista de Medicina
Vice-chefe do setor de Endourologia e Litíase Renal da Disciplina de Urologia – UNIFESP/EPM
Delegado representante do Brasil na Sociedade Mundial de Endourologia (Endourological Society) entre os anos de 2018 a 2021
Coordenador do setor de Endourologia e Litíase Renal da Sociedade Brasileira de Urologia na Gestão 2016/2017
Autor de artigos científicos, capítulos de livros e palestras em Endourologia e Cálculo Renal
Membro do corpo clínico dos mais renomados hospitais de São Paulo

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