Os problemas com o sono estão cada vez mais frequentes e a consequência disso é o aumento do consumo de calmantes para combater a insônia. A pandemia também colaborou para que as pessoas modificassem suas rotinas e tivessem seu sono prejudicado, tanto na quantidade quanto na qualidade.
Como essa queixa em relação aos problemas com o sono tem se tornado cada vez mais frequente, 3 grandes nomes da área médica uniram-se para promover uma live sobre o assunto. Participaram o Dr. Alex Meller da Urobrasil, como mediador, o Dr. Henrique Bottura, Médico-Chefe do Instituto de Psiquiatria Paulista e o Dr. Salomão Carui, Especialista em Medicina do Sono.
Mudanças de sono que ocorreram ao longo dos anos
Os seres humanos acostumaram-se durante milhares de anos com um ritual de sono específico, mas que foi modificado na modernidade com a chegada da luz elétrica, que gerou luzes artificiais e fez com que os seres humanos pudessem ter mais horas iluminadas para suas atividades diárias. Com o advento da tecnologia, ficamos ainda mais expostos a estímulos eletrônicos e luzes, através dos celulares e computadores, como ressalta o Dr. Henrique Bottura.
Desde então, a humanidade vem sofrendo com os problemas de sono, precisando se readaptar às novas realidades e ajustar suas necessidades fisiológicas às exigências do mundo. O ciclo médio de sono varia entre 6 e 9 horas e deve conter cerca de 30% de sono profundo para cada pessoa, segundo o Dr. Salomão Carui.
A pandemia, a ansiedade e as instabilidades emocionais
Com a pandemia, chegaram incertezas e instabilidades, gerando mais ansiedade pelo fato de que não se sabe o que vai acontecer, além da reclusão, que prejudicou a nossa exposição à luz solar e a prática de atividades físicas. Com isso, ressalta Dr. Salomão, o ciclo sono-vigília foi afetado drasticamente, causando prejuízos ainda maiores.
Ainda, Dr. Henrique ressaltou que isso causou uma verdadeira bagunça em nossa rotina, antes balizada por fatores externos, deixando as pessoas perdidas por não terem uma referência própria sobre seus horários de descanso e atividades profissionais. Essa referência deve existir assim como outros hábitos e pode ser aprendida com a higiene do sono.
Mas o que é dormir bem e dormir mal?
O Dr. Alex Meller introduziu o assunto sobre como é dormir bem, que seria um sono profundo sem interrupções, permitindo que o nosso corpo realize os ciclos de sono necessários para a recuperação das energias para o dia seguinte.
Segundo o Dr. Henrique, as maiores reclamações de pacientes em relação aos problemas de sono são aquelas referentes à dificuldade de dormir, possuir ciclos de sono intermitentes (acordando várias vezes durante a noite) ou dormir menos do que gostaria, abaixo de 6 horas. E isso deve ser observado com atenção para que se entenda as causas da insônia ou de outras psicopatologias.
O álcool é um dos grandes vilões do sono, pois quando ingerido em grandes quantidades e durante a noite, não permite que tenhamos os ciclos de sono mais profundos, prejudicando a qualidade e fazendo com que nos sintamos mais cansados.
Ainda, curiosamente um homem que dorme menos do que 5 horas durante boa parte da sua vida, tem o mesmo nível de testosterona de um homem 10 anos mais velho, ressalta o Dr. Salomão.
Roncar também pode ser um sinal de alerta para a apneia do sono, mais comum em homens e que prejudica o estágio profundo do sono, devendo ser investigada por um especialista. Inclusive, uma apneia grave pode suscitar em problemas sérios que podem levar à morte.
Dormir deve ser revigorante e prazeroso. Se você acorda cansado e sem a sensação de bem-estar, algo pode estar errado.
Ainda, o Dr. Alex pontuou que é normal o paciente levantar a noite para urinar nos casos de aumento da próstata, mas que observa casos semelhantes em pacientes jovens com a próstata normal com o mesmo padrão, ou seja, a motivação do despertar para urinar pode ser o estresse. Isso deve ser observado pelo psiquiatra.
Tomar remédio para dormir resolve o problema?
Adotar medicamentos pode ser necessário para uma recuperação mais imediata da qualidade do sono, mas não deve ser empregado de forma contínua e indiscriminada, pois as causas do problema de sono devem ser tratadas e não só suas consequências, ressalta o Dr. Henrique.
Como dormir melhor?
O primeiro passo, segundo o Dr. Henrique, é libertar-se da crença de que dormir mal pode ser normal. O sono deve ser de boa qualidade e, se não for, precisa ser investigado, até mesmo para evitar o surgimento de transtornos relacionados como a depressão, por exemplo.
Incorpore a prática da higiene do sono em sua vida, tornando seu quarto um ‘santuário do sono’ deixando o ambiente confortável para isso, desde a temperatura à luz.
Evite o uso de dispositivos como celular e computadores algumas horas antes de dormir, bem como a ingestão de alimentos pesados e bebidas alcóolicas.
Ainda, o Dr. Salomão inseriu a importância do sono regular, da prática de atividades físicas, a diminuição de bebidas estimulantes como o café (substituindo por bebidas como chá ou um suco de maracujá) além de praticar meditação.
Quer saber ainda mais? Assista a live!
Esse foi um apenas um resumo de tudo o que aconteceu no bate-papo descontraído, divertido e muito informativo desses três grandes especialistas. Assista a live para ter dicas e insights ainda mais importantes sobre os problemas do sono e como evitá-los.
