As Doenças Sexualmente Transmissíveis, popularmente conhecidas como DSTs, estão cada vez mais prevalentes na população brasileira sexualmente ativa. Entretanto, são muitos os medos e tabus que circundam essas doenças, fazendo com que pouco se fale e pouco se saiba sobre o assunto. Por isso, é de extrema importância que a população conheça as DSTs mais comuns, suas formas de contágio e como se proteger delas. Entenda mais sobre aqui.
O que define uma DST/IST?
As doenças sexualmente transmissíveis se definem por infecções causadas por microorganismos, cuja forma de contágio principal se dá através do contato sexual desprotegido entre uma pessoa infectada e outra não infectada. Esses microorganismos podem ser bactérias, vírus, protozoário etc.
CURIOSIDADE: Desde de 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério Brasileiro de Saúde (MS) sugerem o uso do termo “Infecção Sexualmente Transmissível” ou IST, no lugar de “Doença Sexualmente Transmissível”, DST. Essa mudança foi proposta, pois o termo “Doença” implica em sinais e sintomas visíveis ou que possam ser sentidos pelo organismo de uma pessoa. Já as infecções podem ser assintomáticas e invisíveis, sendo somente detectadas por exames laboratoriais – assim como várias infecções transmitidas pelo contato sexual.
⚠️ Portanto, aqui fica o nosso primeiro e mais importante aprendizado: A DSTs ou ISTs não tem cara, cor ou classe social. Ou seja, qualquer pessoa – independente de sua origem, etnia ou condição social – pode ser uma fonte de contágio de doença e, por isso, a proteção é sempre fundamental.
Quais são as DSTs mais comuns?
Hoje, as ISTs representam um grande número de doenças e se trata de um problema importante de saúde pública, cada vez mais prevalentes entre homens e mulheres brasileiros. Algumas delas apresentam sérios riscos para a vida humana e/ou podem complicar, trazendo graves prejuízos para a qualidade de vida.
Por isso, é muito importante que se converse sobre essas doenças com seu médico e que se saiba como se proteger. Algumas delas vêm ganhando destaque no Brasil nos últimos anos, devido o aumento importante na sua incidência, sendo elas:
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HPV
O que é: O HPV, ou o papiloma vírus humano, é um vírus que infecta peles e mucosas e é responsável pelas famosas verrugas. Esse vírus apresenta mais de 100 sorotipos, podendo causar verrugas em qualquer lugar do corpo. Apesar de inocente na maioria das vezes, o HPV está associado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como câncer de pênis, de vulva, de colo de útero, de boca e orofaringe etc.
Manifestação: Os sorotipos do HPV que são transmitidos no ato sexual desprotegido costumam cursar com verrugas na região anogenital, ou seja, próxima ao ânus ou em qualquer lugar dos órgãos genitais – inclusive nos locais não visíveis ao olho nu, como dentro da vagina ou no colo do útero. Muitas pessoas ainda podem carregar o vírus e transmiti-lo mesmo sem qualquer tipo de sinal ou sintoma – aí a importância das mulheres estarem com o preventivo em dia e ambos, homens e mulheres, utilizarem a camisinha.
Forma de transmissão: A transmissão do HPV se dá pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada. Ou seja, inclui o contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital, podendo ser transmitido através de qualquer forma de ato sexual – seja oral, anal ou manual. A penetração não é obrigatória. Também pode haver transmissão através do parto.
Como prevenir: A boa notícia é que existe a vacina contra o HPV, que é a medida mais eficaz de prevenção contra os quatro principais sorotipos sexualmente transmissíveis para pessoas que ainda não carregam o vírus. As mulheres sexualmente ativas devem realizar o exame preventivo contra o HPV, também conhecido como papanicolau. Esse exame permite a detecção de lesões não visíveis e permite o tratamento das mesmas antes que elas progridam para um câncer. Por fim, o uso da camisinha – para homens e mulheres – ainda é a forma mais importante de prevenção do HPV. Como as lesões podem estar em regiões não cobertas pela camisinha, como virilha e vulva, a camisinha feminina é mais eficaz para evitar a infecção, se utilizada desde o início da relação sexual.
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Herpes genital
O que é: O herpes genital é causado por um vírus (vírus herpes simples) que causa pequenas bolhas e feridas dolorosas na região anogenital masculina ou feminina. Além do incômodo causada pelas lesões, a presença das mesmas facilitam a infecção por outras ISTs.
Manifestação: As feridas surgem aglomeradas, e podem acompanhar ardor, coceira, formigamento local, dor ao urinar ou até mesmo febre. Trata-se de um vírus para o qual não há cura, e que pode se manifestar em um ou vários episódios ao longo da vida, a depender do sistema imunológico de cada um.
Forma de transmissão: A transmissão se dá também através do contato direto com a pele ou mucosa infectada, principalmente na vigência das lesões. Apesar de subtipos do vírus terem preferência por mucosas diferentes (tipo 1 têm predileção pela mucosa oral e tipo 2 pela mucosa genital), a transmissão pode também pode ocorrer através do sexo oral. Após cicatrizadas ou na ausência das lesões, o risco de contágio ainda existe. Porém, é muito menor.
Como prevenir: A única forma de se prevenir do herpes genital é com o uso da camisinha. Na vigência das lesões, o ideal é evitar o contato sexual.
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HIV/Aids
O que é: O HIV é um vírus chamado “vírus da imunodeficiência humana” que acomete o sistema imunológico do ser humano, prejudicando sua defesa natural contra outras doenças. Quando manifesta sintomas, a doença é chamada de Aids. Na última década, o índice de contágio mais que dobrou entre jovens de 15 a 19 anos e está aumentando nas demais faixa etárias.
Manifestação: A pessoa infectada pelo HIV pode passar anos sem manifestar qualquer sintoma, até que acaba adquirindo uma outra doença (chamada de doença oportunista) na sua forma grave, pois está com o sistema de defesa natural comprometido. Sua manifestação inicial também pode ser confundida com uma virose simples, com febre, mal-estar geral e ínguas pelo corpo que se resolvem de forma espontânea.
Forma de transmissão: O HIV está presente no sangue, no esperma, no leite materno e na secreção vaginal de pessoas infectadas e é transmitido através do contato dessas secreções com o sangue de uma pessoa não infectada. Esse contato, portanto, pode ocorrer através do ato sexual, do compartilhamento de seringas, do parto, da realização de tatuagens com materiais contaminados etc. O sexo anal acaba sendo uma das formas mais fáceis de contágio durante o ato sexual, devido a alta vascularização da região.
Como prevenir: A melhor forma de prevenir o contágio pelo HIV é com o uso correto da camisinha. Além disso, jamais compartilhar seringas ou realizar qualquer procedimento com materiais perfuro cortantes não esterilizados. Hoje, existem outras formas de prevenção para populações de risco ou que foram expostas ao risco, chamadas de PREP (Profilaxia pré exposição) e PEP (Profilaxia pós exposição). Nesses casos, é necessário conversar com um profissional de saúde a respeito, de preferência o médico.
IMPORTANTE: Se você teve uma relação sexual desprotegida em que suspeita de risco de HIV, procure um serviço de saúde até no máximo 72 horas após a relação. Vale ressaltar que quanto mais cedo iniciada a profilaxia dentro dessas 72 horas, maior a sua eficácia.
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Sífilis
O que é: Transmitida por uma bactéria chamada Treponema pallidum, o Sífilis é uma infecção bacteriana sexualmente transmissível
Manifestação: Essa doença apresenta diferentes estágios, podendo apresentar as mais diversas formas de sintomas ou mesmo permanecer silenciosa por anos. A maior dificuldade do seu diagnóstico é que os sintomas podem desaparecer com o tempo e passarem despercebidos. No primeiro estágio, por exemplo, costuma apresentar feridas indolores na região genital que somem após alguns dias e/ou semanas, passando despercebidas ou trazendo a falsa impressão ao indivíduo de que ele se curou. Mesmo sem sintomas, a pessoa portadora da bactéria continua transmitindo-a e após alguns anos sem tratamento pode cursar com alterações neurológicas irreversíveis.
Forma de transmissão: Através do ato sexual ou durante a gestação, da mãe para o bebê.
Como prevenir: A melhor forma de prevenir a sífilis é com o uso adequado da camisinha durante todo tipo de ato sexual, assim como o acompanhamento da gestação com realização de um bom Pré-natal.
- Independente dos sintomas, toda pessoa que teve relações sexuais desprotegidas deve realizar exame de sangue para detecção de sífilis, pois se trata de uma doença majoritariamente silenciosa, altamente contagiosa e para a qual há cura através de um tratamento simples e rápido.
COMO SABER SE EU JÁ TENHO UMA DST?
Existem exames de sangue que devem ser realizados rotineiramente por populações sexualmente ativas e que podem detectar algumas DSTs, como HIV, Sífilis e Hepatite B. Para as demais doenças, é necessário que seja feito um exame físico pelo médico e diferentes exames específicos, dependendo do tipo de lesão encontrada. Por isso, se você ainda não foi examinado nesse sentido, não tenha medo: procure seu médico e peça por um check-up, converse com ele sobre suas dúvidas e garanta uma vida saudável.
Ainda está com dúvidas? Quer tirar dúvidas sobre outras ISTs? Já fez os exames para saber se você está infectado? Consulte um de nossos médicos e coloque a sua saúde em dia!
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