Câncer de bexiga: sintomas, causas e tratamento

No Brasil, estima-se que quase 4% dos cânceres masculinos sejam de bexiga, registrando mais de 8 mil novos casos todo ano e sendo 2,5 vezes mais comum no homem do que na mulher.

 O câncer de bexiga é o segundo tipo de câncer mais frequente do trato urinário. No Brasil, estima-se que 3,9% dos cânceres diagnosticados em homens sejam de bexiga, registrando 8.600 casos novos ao ano, sendo 2,5 vezes mais comum no homem do que na mulher e o segundo câncer mais tratado pelos urologistas, perdendo para o câncer de próstata.

Como ocorre o câncer de bexiga

O câncer de bexiga pode ser dividido em três tipos principais que vão determinar características de evolução, assim como tratamentos indicados. Além do tipo, o fator mais importante para a evolução é a profundidade do tumor na parede da bexiga. São classificados como superficiais aqueles que não acometem a musculatura do órgão e, tumores profundos aqueles que invadem esta camada. O tipo mais comum é o carcinoma urotelial, presente em 90% dos casos e que são, em sua maioria, superficiais embora possam invadir a camada muscular da bexiga em 30% dos casos. Os outros tipos são o espinocelular e o adenocarcinoma que correspondem em conjunto a cerca de 5% dos casos. O restante são tumores de apresentações mais incomuns.

Os sintomas

Segundo o Dr. Vitor Buonfiglio, urologista e especialista em câncer de bexiga e rim da Urobrasil, “Os sintomas são visíveis em 80-90% dos casos e o principal é a presença de sangue na urina. Além disso, outros possíveis sintomas incluem dor ou ardor para urinar e vontade frequente de urinar. Porém, é importante dizer que estes sinais e sintomas não são específicos do câncer de bexiga, podendo ser causados por outras condições não cancerosas como infecções da próstata e cistite. Por isso, é sempre muito importante procurar o especialista para diagnosticar a doença”.

Os fatores que podem causar o câncer

Não se sabe exatamente a causa do câncer de bexiga, mas vários fatores de risco foram relacionados com este tipo de câncer. Dentre os fatores de risco, o principal é o tabagismo, que aumenta de 2-3 vezes a chance de desenvolver o câncer de bexiga. As substâncias tóxicas geradas na queima do tabaco (seja na forma de cigarro, como charuto ou fumo de cachimbo), após serem inaladas, são eliminadas pelos rins através da urina e acabam agredindo o tecido que reveste o interior da bexiga.

“Outra causa importante é a exposição a agentes químicos como ocorre com trabalhadores da indústria têxtil ou de tintas, de metal, borracha e até couro. Além disso, são considerados também fatores de risco a idade, pois pessoas com mais de 60 anos tem maior chance de desenvolver a doença; Infecções por parasitas e antecedente familiar”, ressalta o urologista.

Como o câncer de bexiga é diagnosticado

Vários métodos diagnósticos podem ser utilizados para avaliação do câncer de bexiga, mas o principal para o seu diagnóstico é a cistospia. Este método consiste na passagem de uma ótica através da uretra, o que permite visualizar o interior da bexiga e identificar de forma precisa os tumores. Desta forma, todo paciente com suspeita de câncer de bexiga deve ser encaminhado a um urologista para que seja submetido a cistoscopia.

O tratamento

O tratamento da doença depende da profundidade da invasão do tumor na parede da bexiga urinária, podendo ser superficial ou profundo. “Para os tumores superficiais é realizada ressecção endoscópica (raspagem do tumor por meio equipamento específico acoplado a cistoscopia). Além da ressecção, a depender do caso, pode-se utilizar imunoterapia, a qual é realizada através de infusão na bexiga de Onco-BCG.”, ressalta.

Para tratar tumores mais profundos, que infiltram camada muscular da bexiga, é necessária a realização de uma cirurgia mais radical na qual uma parte ou toda a bexiga é removida (uma cistectomia) e o trato urinário é desviado. “Em alguns casos, cirurgiões habilidosos podem criar uma bexiga substituta a partir de um segmento de tecido intestinal, mas isso depende da preferência do paciente, idade, função renal e o local da doença.”, conclui o especialista.

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