As relações sexuais são muito importantes para manter a saúde mental e um bom relacionamento afetivo. No entanto, devido ao distanciamento social e às medidas protetivas por causa da pandemia, ficam algumas perguntas no ar: o coronavírus pode ser transmitido pela relação sexual? É seguro continuar transando com a parceira ou o parceiro? O sexo casual deve ser evitado? Vamos entender.
Como o coronavírus pode ser transmitido via relações sexuais?
O coronavírus é transmitido, principalmente, por meio de gotículas de saliva. Em relação ao sexo, não há ainda uma comprovação da transmissão do vírus. No entanto, o que se sabe, é que o vírus foi encontrado nas fezes, no muco vaginal e no sêmen.
Mesmo assim, pelo que se sabe até agora, não há riscos de transmissão pelas mucosas do pênis. Já a relação sexual entre mulheres, onde há sexo oral (contato da saliva com a mucosa vaginal) o risco de contaminação é alto. O sêmen, apesar de conter o vírus, não incita em risco de transmissão por essa via.
O principal ponto é que, o beijo e contato corporal de modo geral, por envolverem as gotículas de saliva, são grandes portas de transmissão e o sexo sem esses itens pode não ser satisfatório como o esperado.
É possível continuar tendo relações com seu par?
Se você e seu par vivem juntos, não apresentam sintomas de COVID-19 e respeitaram os 14 dias necessários caso tiveram contato de forma direta ou indireta com o vírus, é possível. Caso um dos dois apresente sintomas ou tiver contato com alguém infectado, o isolamento por 14 dias é inevitável e os cuidados devem ser ainda maiores, inclusive com o uso da máscara o tempo todo e higienizando, sempre que possível, os objetos com álcool 70%. Não compartilhar utensílios como toalhas, copos e talheres também faz parte dos cuidados.
É importante lembrar que entre os sintomas de COVID-19 mais comuns estão a febre, tosse, falta de ar e perda de sensibilidade a cheiro.
Portanto, em casos suspeitos, a relação sexual mesmo com o par que mora com você deve ser evitada para não ser uma forma de transmissão.
O sexo casual deve ser descartado?
Com ressalvas. Múltiplos parceiros ocorrem em riscos não apenas para a transmissão do coronavírus, mas também para as ISTs. Receber pessoas diferentes em sua casa ou ter contato com elas aumenta o risco, pois essas pessoas têm contato com outras pessoas que podem ter contato com o vírus, formando uma cadeia de transmissão.
Portanto, se nesse momento de coronavírus você considere muito difícil não ter relações sexuais, procure um parceiro fixo, que você já conhece e tenham uma conversa franca sobre o assunto. Esta é, inclusive, a recomendação do Departamento de Saúde de Nova York.
Você é o seu parceiro sexual mais seguro. O segundo mais seguro é quem convive com você. Caso escolha ter relações sexuais mesmo fora dessa premissa, monitore os sintomas e não faça sexo com quem não está se sentindo bem. Reforço que a principal recomendação é evitar pessoas fora da sua casa.
Descubra novas possibilidades
Aproveite o momento para descobrir novas possibilidades. Brinque com chamadas virtuais ou até mesmo o envio de fotos e vídeos: isso pode apimentar a relação e dar espaço à criatividade. Existem brinquedos sexuais cada vez mais modernos e que podem desempenhar um bom papel na falta de relações sexuais devido ao coronavírus e que chegam na porta da sua casa.
Aproveite também para conhecer melhor o seu corpo e descobrir os benefícios da masturbação. Assim, quando puder se relacionar de novo, novas possibilidades se abrirão no sexo.
Confira também este artigo:
Mitos e verdades sobre a masturbação em homens e mulheres.
Seja responsável e proteja você e quem você ama
É sempre importante lembrar do fator da responsabilidade. Pense que, caso você ache que a COVID-19 não trará grandes prejuízos para você, ela pode trazer para quem você ama e convive, portanto, seja responsável e respeitoso.
- CRM 87328
- RQE 46787
Formado em Medicina pela UNIFESP, com residência em Urologia pela mesma instituição, o Dr Alex Meller atua como diretor clínico da Urobrasil desde de 2010, e tem diversas contribuições significativas na área de urologia, sendo algumas delas como:
Médico assistente da Disciplina de Urologia da UNIFESP – Escola Paulista de Medicina
Vice-chefe do setor de Endourologia e Litíase Renal da Disciplina de Urologia – UNIFESP/EPM
Delegado representante do Brasil na Sociedade Mundial de Endourologia (Endourological Society) entre os anos de 2018 a 2021
Coordenador do setor de Endourologia e Litíase Renal da Sociedade Brasileira de Urologia na Gestão 2016/2017
Autor de artigos científicos, capítulos de livros e palestras em Endourologia e Cálculo Renal
Membro do corpo clínico dos mais renomados hospitais de São Paulo