Infecção urinária no homem: riscos e relação com a próstata

Apesar de ser mais comum entre mulheres – a proporção é de cerca de dez para um – a infecção urinária também pode ocorrer em homens. Provocada pela contaminação de vários tipos de bactérias no trato urinário (sendo a mais comum a Escherichia coli, encontrada constantemente no canal gastrointestinal), é uma doença que causa muita dor e desconforto, e deve ser tratada o quanto antes. 

Está sentindo ardência e dor na hora de urinar? Um odor muito forte vindo da urina? Pois então, preste atenção! Você pode estar com infecção urinária.

O que é a infecção urinária no homem?

É uma doença causada pela proliferação de bactérias que acomete o trato urinário (rim, ureteres, bexiga e/ou uretra). As causas e sintomas diferem de acordo com os órgãos afetados. Os principais tipos de bactérias encontradas nesse quadro são a Escherichia coli, Klebsiella e Proteus.

Quais os principais tipos de infecção urinária masculina?

A classificação das infecções urinárias nos homens é dividida em dois grupos principais: as baixas e as altas.

Infecções urinárias baixas:

  • Incluem as que ocorrem na bexiga (cistite) e na uretra (uretrite);
  • Costumam ser causadas por bactérias intestinais que se propagam para a uretra e, posteriormente, para a bexiga;
  • A uretrite também pode ter seu início durante as relações sexuais, através da transmissão da gonorréia (gonorrhoeae) e da clamídia (chlamydia).

Infecções urinárias altas:

  • Incluem as que ocorrem nos ureteres e nos rins (pielonefrite);
  • A causa mais comum é a subida das bactérias que se encontram na bexiga até os rins;
  • Em casos mais raros, podem ocorrer devido a uma bactéria que entrou na corrente sanguínea e conseguiu chegar até os rins.

O tipo mais comum de infecção urinária nos homens é a cistite (na bexiga), o mesmo que também acomete a maioria das mulheres. 

Qual a relação entre a infecção urinária e a próstata?

A próstata (também conhecida como glândula prostática) é um órgão que se localiza próximo da região inferior da bexiga e envolve a porção inicial da uretra. Apesar de não fazer parte direta do trato urinário, há a possibilidade dela interferir no aparecimento da infecção urinária nos homens.

Isso pode ocorrer de duas formas principais, como explica o Dr. Alex Meller, urologista e diretor clínico da clínica Unix: “O mecanismo infeccioso costuma ocorrer por retenção urinária causada pelo aumento da próstata, que dificulta o completo esvaziamento da bexiga. Outro mecanismo frequente nos homens ocorre por contaminação da próstata e transmissão por contiguidade para a bexiga. Nesse caso, o processo ocorre via sangue do intestino para a próstata e, posteriormente para a bexiga”

Ou seja, quando há o aumento do tamanho da próstata (hiperplasia benigna), devido a sua localização, ela pode contrair a uretra e impedir o esvaziamento total da urina presente na bexiga. Essa situação propicia o ambiente ideal para proliferação das bactérias e consequente desencadeamento da infecção urinária nos homens.

A outra situação abordada pelo especialista trata de um caso de prostatite, que é quando a infecção ocorre na própria próstata, a partir do intestino, e se propaga até a bexiga através da corrente sanguínea. 

Essas situações são mais frequentes em homens com mais de 50 anos, mas também podem ocorrer com os mais jovens.  

Quais as principais causas da infecção urinária masculina?

Além da possível relação com a próstata, existem outros fatores que colaboram para o surgimento dessa doença. As principais são:

  • Segurar a vontade de urinar por muito tempo;
  • Ingerir pouco líquido;
  • Esvaziar a bexiga de modo incompleto ou pouco frequente;
  • Ter refluxo de urina da bexiga para os rins;
  • Presença de pedra (cálculo) renal;
  • Praticar sexo anal sem preservativo;
  • Não ser circuncidado;
  • Ter algum tumor;
  • Ser diabético;
  • Usar sonda para urinar.

Quais os sintomas mais comuns da infecção urinária nos homens?

No início, a manifestação da enfermidade é semelhante em ambos os sexos. Os pacientes costumam queixar-se de: 

  • Ardência e dor ao urinar; 
  • Aumento da frequência urinária, em pequenas quantidades; 
  • Febre, calafrios, mal-estar. 
  • Desconforto e peso no baixo ventre;
  • Dor na virilha e na região lombar;
  • Urina turva e com forte odor;
  • Presença de sangue na urina.

Em casos mais graves, pode haver o comprometimento do testículo em razão da propagação da bactéria para a bolsa escrotal, provocando dor na região. “A próstata também pode ser afetada, levando ao sangramento no esperma e dor ao ejacular”, revela o urologista.

Como é feito o diagnóstico da infecção urinária masculina?

Alguns fatores devem ser considerados para a correta avaliação da infecção urinária. É muito importante conhecer a agressividade da bactéria, as condições imunológicas do paciente, a idade e a relação da patologia com outras condições pré-existentes como, por exemplo, diabetes ou malformação. 

A detecção costuma ser feita por meio da urocultura, exame que verifica a presença de microorganismos localizados nos rins, urina e uretra. “Um exame de urina simples detecta a inflamação do tecido da bexiga e pode ser feito em pronto-socorro. Porém, um cuidado fundamental antes de iniciar o tratamento com antibióticos, é realizar uma cultura de urina para a detecção da cepa bacteriana e os testes com antibióticos (o antibiograma) para avaliar o grau de resistência da bactéria”, aconselha o médico.

Em casos mais graves ou complicados, é possível que o seu urologista peça um exame de imagem, que pode ser um ultrassom ou uma tomografia, ou realize um exame de próstata, para que possa identificar outras anormalidades no seu trato urinário e deformidades anatômicas.

Como funciona o tratamento das infecções urinárias em homens?

Uma vez diagnosticado, o tratamento é feito por uso de antibióticos que agem contra a bactéria. Contudo, é necessário um cuidado especial com os pacientes que apresentam reincidência da patologia pois, nesses casos, a resistência ao remédio costuma ser maior. 

Em média, o acompanhamento dura sete dias. Após o seu início, os sintomas tendem a desaparecer em até 72 horas. “A doença é facilmente curável, principalmente se identificada com antecedência e tratada com o antibiótico correto”, afirma o especialista.

Apesar de não ser uma doença grave – se diagnosticada com rapidez – a falta de um tratamento correto pode levar a graves consequências. O surgimento de cicatrizes renais, a formação de cálculos infecciosos e a inflamação da próstata são alguns desdobramentos da enfermidade que podem trazer grandes complicações à saúde do paciente. Em alguns casos mais extremos, pode ser necessária até mesmo uma intervenção cirúrgica para corrigir o problema.

Como é possível prevenir de uma infecção urinária masculina?

O Dr. Alex Meller pontua algumas recomendações que podem ser determinantes para evitar o surgimento da doença. “É fundamental que o homem não retenha urina por longos períodos, consulte um urologista a partir dos 40 anos para acompanhar o crescimento da próstata, monitore o esvaziamento da bexiga e não realize sexo anal sem preservativo”, finaliza.

Além disso, existem várias pesquisas apontando que a ingestão de algumas frutas em específico ajudam muito a tratar e evitar essa patologia. No mais, mantenha sempre a higiene da região em dia e preste atenção aos sinais incomuns apresentados pelo seu corpo.

Acho que estou com candidíase. O que eu devo fazer agora?

Primeiro, fique tranquilo. Essa doença não é grave, é tratável e tem cura.

O próximo passo é consultar um médico, para receber um diagnóstico preciso e ser direcionado ao melhor tratamento. 

Você pode agendar sua consulta na clínica Unix através do nosso site ou via WhatsApp. 

Atendemos de forma presencial e online.

Fique à vontade para entrar em contato conosco, caso tenha qualquer outra dúvida. Estamos aqui para ajudá-lo!

Dr. Alex Elton Meller

Formado em Medicina pela UNIFESP, com residência em Urologia pela mesma instituição, o Dr Alex Meller atua como diretor clínico da Urobrasil desde de 2010, e tem diversas contribuições significativas na área de urologia, sendo algumas delas como:

Médico assistente da Disciplina de Urologia da UNIFESP – Escola Paulista de Medicina
Vice-chefe do setor de Endourologia e Litíase Renal da Disciplina de Urologia – UNIFESP/EPM
Delegado representante do Brasil na Sociedade Mundial de Endourologia (Endourological Society) entre os anos de 2018 a 2021
Coordenador do setor de Endourologia e Litíase Renal da Sociedade Brasileira de Urologia na Gestão 2016/2017
Autor de artigos científicos, capítulos de livros e palestras em Endourologia e Cálculo Renal
Membro do corpo clínico dos mais renomados hospitais de São Paulo

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